Em funcionamento há pouco mais de um ano, a residência inclusiva de Cariacica aperfeiçoa, a cada dia, o atendimento de alta complexidade a 10 pessoas com deficiências múltiplas e em situação de dependência para prática das atividades diárias. Os residentes, mesmo com vínculos familiares fragilizados e sem recursos financeiros, trazem consigo histórias inspiradoras.  

Diagnosticado com transtorno mental, o residente “L”, de 22 anos, é um exemplo de dedicação. Após receber os cuidados necessários ofertados no dia a dia na residência inclusiva, ele sempre arruma tempo para a confecção de tapetes de crochê, graças a sua habilidade manual.  

Já o o look de “J”, 24 anos, outro assistido da residência inclusiva com um grau alto de autismo, fala por si só. Sempre alinhado com trajes, muitas vezes formais, em todas as ocasiões diárias, ele não dispensa o uso de camisa social e sapatos mesmo nas mais simples ocasiões, como assistir televisão.  

Outro residente com uma história de superação é a de “V”, de 34 anos, que ficou tetraplégico em função de um acidente com arma de fogo. “Hoje eu sou mais consciente. Antes eu levava uma vida de uma forma inconsequente”, conta.

E continua: “Devemos pensar muito bem antes de fazer qualquer coisa, principalmente os jovens”, aconselha, entre uma ou outra fisioterapia ou atividade complementar, que realiza diariamente para melhoria da sua condição física.  

Equipe multidisciplinar

A residência inclusiva é adaptável ao perfil de cada um dos beneficiários. O equipamento conta com uma equipe multidisciplinar formada por psicólogos, assistentes sociais, terapeuta ocupacional, cuidadores, auxiliares e motorista para o atendimento personalizado das necessidades dos acolhidos.  

“O serviço é um marco significativo no resgate da dignidade e do respeito às pessoas com diversidade funcional a fim de romper com a prática do isolamento com vistas na promoção da qualidade de vida do indivíduo”, destaca a secretária de Assistência Social, Danyelle Lirio.

Para a diretora operacional da ONG IGES, que administra a residência inclusiva, Janaína Perini Serra Freire, “o serviço tem como premissa a afetividade, a proteção, garantia de direitos e reingresso social, sempre buscando a promoção da autonomia”, enfatiza.

Entre os residentes estão jovens e adultos de 18 a 59 anos com diagnósticos de deficiências múltiplas, como retardo mental, transtorno autista e traumatismo crânio encefálico, entre outras.  

A residência, que fica em meio a um bairro da comunidade, possui quartos com armários individuais, banheiros adequados, além de sala de televisão, copa e cozinha, além de outras dependências acessíveis.